quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Grupos de Trabalho irão aprofundar as temáticas apresentadas

Depois de dois dias de apresentação oral das experiências dos nove países convidados a participar do Seminário Amazônia Indígena, agora o momento é de aprofundar os conteúdos já abordados. Para tanto, nossos participantes estão divididos em oito grupos de trabalho para debater os seguintes temas: Mapear territórios indígenas: porque, por quem e para quem; Políticas Públicas – qual a relação; Formação: educação, organização sociopolítica e processos pedagógicos; Questões transfronteriças: desafios, questões integradas e compartilhadas em espaços transfronteiriços; Manejo e conservação de paisagens; Preservação e ameaças às Terras Indígenas; Princípios na relação com os conhecimentos tradicionais e Direitos Indígenas ao Território. A ideia é compartilhar as impressões e opiniões a respeito desses temas que apareceram nas apresentações das experiências. Muitas delas se convergem, apesar das especificidades de cada realidade e localidade.

Alfredo Wagner: "mapear é poder".
Para iniciar os debates e ajudar nas reflexões, o antropólogo Alfredo Wagner, coordenador do Projeto Novas Cartografias Sociais, da Universidade Estadual do Amazonas, apresentou uma sistematização dos diferentes aspectos das 20 experiências mostradas. Wagner explicou ao público, que cinco conceitos do discurso cartográfico foram identificados: etnozoneamento e etnomapeamento; gestão do território, mapeamento participativo, atlas com finalidade escolar e cartografia cultural participativa. Segundo ele, estes conceitos estão presentes nas formas e maneiras dos povos pensarem, definirem e produzirem seus mapas. Conforme Wagner, eles estão apoiados em quatro componentes balizadores das necessidades dos povos indígenas como o jurídico, a ambientalização do território, o místico e saber tradicional e o étnico. “Estes cinco conceitos balizados em quatro componentes formam o discurso cartográfico indígena”, sistematiza Wagner, que complementa com duas funções de destaque para os etnomapenamentos, “os mapas aparecem como instrumento de legitimação da existência de um povo e, também, apareceram como instrumento de negociação com o estado. É uma forma de interlocução e também de negociação, porque mapear é poder”, conclui Wagner.
Feitas as reflexões, os participantes foram organizados em Grupos de Trabalho.

Participantes reunidos para as reflexões
iniciais antes dos GT's

Grupo de trabalho reunido

Grupo de trabalho reunido

Grupo de trabalho reunido












Fotos: Val Fernandes/Acre

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